Palmeira dos Índios, uma cidade que respira cultura e história, foi recentemente o palco da minha imersão poética. Como ator, diretor, escritor e poeta alagoano, emprestei minha sensibilidade para capturar a essência poética desta cidade, transformando-a em uma série de vídeos que celebrarão os 136 anos de Emancipação Política do município em agosto.
“Palmeira é uma cidade que fala por si só. Suas serras, montes… são poesias físicas.”
Cheguei a Palmeira dos Índios na quinta-feira, 24 de julho, carregando apenas minha câmera, meu caderno de anotações e uma inquietação antiga: como transformar uma cidade inteira em verso? A resposta veio antes mesmo de eu cruzar seu primeiro quarteirão — ela já era poesia, eu só precisava ouvi-la respirar.
Entre aldeias, quilombos e serras: um fim de semana inteiro de filmagens
Durante três dias intensos, percorri:
- Aldeias indígenas onde a língua patxôhã ainda ressoa como canto ancestral.
- Quilombo Ivaporunduva, berço de resistência e saberes guardados na palma da mão das mestres cuca.
- Serras e montes que o mestre Graciliano Ramos chamava de “costelas do mundo”.
- Praças, ruas e becos onde cada pedra parece guardar um segredo de amor ou revolta.
Em cada recanto, gravei pequenos filmes-poemas que serão exibidos ao longo de agosto, mês em que Palmeira celebra seus 136 anos de Emancipação Política. Trata-se de um presente antecipado: a cidade se entregando para ser lida em voz alta.
Do ex-prefeito Júlio Cezar à professora Tia Júlia: um abraço coletivo
O convite partiu há anos do querido Júlio Cezar, hoje secretário de Estado de Relações Federativas. “Ver este projeto ganhar vida é eternizar um tempo de reconstrução”, disse ele. A prefeita Tia Júlia, professora nata, abriu as portas da prefeitura e da alma da cidade: “Palmeira tem alma, tem história, tem poesia.”
Sinto-me em casa.
O que vem por aí: vídeo-poemas inéditos
A série será lançada em quatro episódios:
Episódio | Lugar escolhido | Tema |
---|---|---|
1 | Quilombo Ivaporunduva | Memória e resistência |
2 | Serra da Barriguda | Paisagem como corpo |
3 | Centro histórico | Vozes que atravessam o tempo |
4 | Largo do Rosário | Festa e pertencimento |
Cada vídeo terá entre 3 e 5 minutos, trilha sonora original de viola de cocho e voz em off com poemas inéditos que escrevi durante as filmagens.
Um Legado de Arte e Emoção
A minha presença em Palmeira dos Índios e o projeto de vídeos que serão lançados em agosto prometem não apenas celebrar o aniversário da cidade, mas também deixar um legado duradouro de arte e emoção, conectando minha poesia com a rica história e cultura de Palmeira dos Índios.
Este projeto é um testemunho do poder da arte em revelar a essência de um lugar e de seu povo, e a expectativa é que os vídeos inspirem tanto os moradores quanto os visitantes a enxergar Palmeira dos Índios com novos olhos, apreciando sua beleza e sua profunda veia poética.

Convite aberto
Quero ouvir vocês.
Se você é de Palmeira — ou se a cidade já te abraçou de alguma forma — deixe nos comentários o recanto que devo visitar na próxima vez. Vamos construir juntos o Mapa Poético de Palmeira dos Índios.
Até breve,
Chico de Assis
Com HENRIQUE ROMEIRO/ASSESSORIA
Publicação original disponível em Prefeitura Municipal de Palmeira dos Índios.